Bem-vindos ao blog da Rosi!



Estou dando os primeiros passos em meu blog. Aceito sugestões. Bjs.

Seguidores

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Então é Natal...


Este texto de Clarice Lispector foi escrito em 1982, mas mais do que nunca tem muito a nos dizer...


Compras de Natal

A cidade deseja ser diferente, escapar às suas fatalidades. Enche-se de brilhos e cores; sinos que não tocam, balões que não sobem, anjos e santos que não se movem, estrelas que jamais estiveram no céu.

As lojas querem ser diferentes, fugir à realidade do ano inteiro; enfeitam-se com fitas e flores, neve de algodão de vidro, fios de ouro e prata, cetins, luzes, todas as coisas que possam representar beleza e excelência.

Tudo isso para celebrar um Meninozinho envolto em pobres panos, deitado numas palhas, há cerca de dois mil anos, num abrigo de animais, em Belém.

Todos vamos comprar presentes para os amigos e parentes, grandes e pequenos, e gastaremos, nessa dedicação sublime, até o último centavo, o que hoje em dia quer dizer a última nota de cem cruzeiros, pois, na loucura do regozijo unânime, nem um prendedor de roupa na corda pode custar menos do que isso.

Grandes e pequenos, parentes, amigos são todos de gosto bizarro e extremamente suscetíveis. Também eles conhecem todas as lojas e seus preços – e, nestes dias, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça desses presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão, para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que – especialmente neste verão – teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva a bem dizer para coisa alguma.

Por isso é que os lojistas, num louvável esforço de imaginação, organizam suas sugestões para os compradores, valendo-se de recursos que são a própria imagem da ilusão. Numa caixa de plástico transparente (que não serve para nada), repleta de fitas de papel celofane (que para nada servem), coloca-se um sabonete em forma de flor (que nem se possa guardar como flor nem usar como sabonete) e cobra-se pelo adorável conjunto o preço de uma cesta de rosas. Todos ficam extremamente felizes!

São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes, os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável – apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar este mundo.


Clarice Lispector

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Hoje é dia de agradecer...

Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido!



Obrigado pelas alegrias que me levantaram

e pelas dores que me fortaleceram.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido.



Obrigado pelos sucessos que me

fizeram sentir-me grande

e pelos fracassos que me deram

a oportunidade de perseverar.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido



Obrigado pelos cuidados que me confortaram

e pelas mágoas que me exercitaram para perdoar.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido.



Obrigado pelas horas de bem estar

que me mantiveram ativo

e por outras que me revelaram o valor da saúde.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido



Obrigado pelos auxílios que me foram prestados

e pelos abandonos que fizeram crescer

meu apoio em mim mesmo.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido.



Obrigado pelas compreensões que encontrei

e pelas incompreensões que algumas vezes

refletiram a minha própria imagem.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido



Obrigado pelos ganhos que fizeram

de mim um ser mais confiante

e pelas perdas que me demonstraram

ser possível continuar.



Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido.



Obrigado pelos momentos altos que

me exibiram Tuas bênçãos

e pelos momentos baixos que

me abriram para Tua proteção.



Obrigado, Senhor, por jamais teres me esquecido.

Obrigado, Senhor, por mais um dia vivido!


(Silvia Schmidt)




Fonte: magiadasmensagens.com.br


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A arte de escrever mal

Leia o texto que segue e pense sobre o assunto. Você tem o hábito de escrever?


A arte de escrever mal

Há quanto tempo você escreve? Um ano? Cinco anos? Um mês? Você escreve poemas, contos, ensaios ou romances? A essa altura com certeza a resposta já está na sua cabeça. Mas me diga mais uma coisa, meu querido escritor, você estudou pra isso? Você fez algum curso relacionado a Letras? Qual o conhecimento literário que você tem para escrever sobre qualquer coisa? Os seus olhos já passaram por leituras mais apuradas? Como James Joyce, tragédias gregas, Machado ou você, que é um leitor anual, que tira todo o seu conhecimento da TV e que não leu nada além de Paulo Coelho acha que pode escrever um poema ou um romance só porque está inspirado, só porque o dia está mais lindo hoje?
Se você não tem o conhecimento nem “a qualificação” necessária, esqueça, você não é nada e o que você escreve também não é nada, é só lixo sentimentalóide feito com despreparo por um despreparado. A inspiração que você acha que tem para escrever não existe, ela é apenas mais um sinônimo para sua ignorância.
A carapuça lhe serviu? Ótimo! Mas antes de começar a me xingar ou botar minha cabeça a prêmio, quero dizer mais uma coisa: graças a Deus, esse discurso não é meu. Essas foram as palavras de um professor de Literatura que atravessou, certa vez, minha formação acadêmica. Digo mais ainda: com essas palavras ele causou intimidação e fez muita gente pensar duas vezes antes de usar a pena. Um grande amigo meu deixou de escrever seus poemas depois daquele professor, e esse grande amigo, agora, não tem mais o mesmo brilho de antes.
Concordo que um leitor assíduo de boas obras, um detentor de ótimos conhecimentos está bem mais qualificado a escrever um bom texto do que uma pessoa alheia à Literatura e que só escreve ocasionalmente. Mas não sejamos tão radicais. Se para escrever, tivermos antes de ser fenomenais e extraordinários conhecedores da Literatura mundial, escreveremos nosso primeiro bom texto apenas com 50 ou 60 anos. É muito tempo.


Humberto Eustáquio Rodrigues Filho   

Eu mesmo...

Estou publicando o texto do Jeferson Picetti, aluno da 7ª série. Leia com atenção.



Eu mesmo...


Eu não sei quem eu sou.

Nunca desvendei os mistérios de minha vida.

Não sei por que existo,

quais são os propósitos de minha alma.

Mas sei que algum propósito deve existir.

Algum caminho para seguir.



Eu sei que sou meu dono.

Que posso ser quem eu quiser,

pois sei que não vou me abandonar,

nem mesmo quando minha hora chegar.

Eu vou perseguir

até conseguir me achar.



De vez em quando sou muito chato,

por falta de felicidade,

de algumas amizades.

Sei que vou mudar, sem estar mais tão só,

junto com minha maior amizade.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ainda sobre Celso Sisto...

Estou devendo esta postagem para meus alunos da 6ª série. Afinal, eles se empenharam tanto...

Depoimentos

"Gostei do Celso Sisto porque ele é uma pessoa que brinca, conversa, é muito divertido. Adorei sua visita. Espero receber mais autores assim como ele em nossa escola."
                                                                                                                     Alex Tedesco

"Desde que o Celso Sisto entrou na sala, já percebi que é um homem que veio ao mundo para deixar sua marca. Brincalhão,inventor e engraçado, também poderia se tornar um humorista. Com talento de sobra, não é a toa que seus livros são muito bons, quero dizer, excelentes."
Mateus Sbicoski 

"Os livros de Celso Sisto de que mais gostei são: "O vestido" e "O casamento da princesa". Infelizmente, não estava em aula no dia em que ele veio à escola, mas meus colegas me falaram que foi muito legal. Ele tem fome de palavras e livros."
 Gislaine Cherubin

"Essa semana tivemos a visita do Celso Sisto na nossa escola. Foi um encontro muito bom, ele até contou uma história, falou bem dos trabalhos que fizemos a partir dos livros dele, falou de histórias que ele escreveu e respondeu perguntas."
Mártin Lorini

"O Celso Sisto é um homem legal, engraçado e brincalhão. Ele veio à nossa escola, fez brincadeiras, contou histórias bem legais e nos divertiu muito, mas muito mesmo com seu humor. Ele tem um carisma que não acaba mais."
Elyjones Bortoli

"Celso Sisto nos contou que seu apelido é 'Celso Susto'. Adorei sua visita na nossa escola, principalmente a história da Maria Angula, que ele nos contou. Ele fez muitas caras e bocas, vozes diferentes e seu sotaque carioca deu um toque interessante. Sua maneira de agir é encantadora."
Sasha Didoné

Agora, umas fotos da turminha!!!



domingo, 31 de outubro de 2010

Crianças que leem para cães...

…se beneficiam da atividade por não se sentirem julgadas ou pressionadas para acertar




Essa é a conclusão de um estudo feito pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que avaliou quanto os animais de estimação podem influenciar a familiaridade dos pequenos com as palavras. Durante a pesquisa, meninos e meninas foram incentivados a ler em voz alta para cachorros e, a cada semana, repetiam a tarefa, aumentando o tempo de leitura – que passou de dez para 20 minutos ao longo de quatro meses. “Após a experiência, houve melhora de até 30% na fluência verbal”, ressalta o veterinário Martin Smith, autor do trabalho. Os motivos para isso, no entanto, não foram completamente esclarecidos. “Sabemos que o ambiente tranquilo e a certeza de que o cão não vai julgar o desempenho da criança são fatores importantes, segundo elas próprias”, conta Smith.



• 75% das crianças que participaram da pesquisa passaram a ler com mais confiança após os testes



• 30 palavras por minuto foi quanto a velocidade de leitura aumentou



* Matéria de Lúcia Nascimento, originalmente publicada na edição de outubro de 2010 da revista Saúde!

Fonte: http://www.educarparacrescer.com.br/

domingo, 24 de outubro de 2010

Uma nova versão para a "Canção do exílio", de Gonçalves Dias

A partir da "Canção do exílio", de Gonçalves Dias, os alunos  da turma 303 do Colégio São Luiz Gonzaga expressaram suas visões sobre o Brasil. Leia o texto da Camila e do Douglas.


Nossa terra tem valor

 
Minha terra tem rodeios,

onde se laça sem parar.

Os touros que aqui são xucros

Nós conseguimos domar.



Nosso sul tem mais alegria.

Nossas tradições têm mais valor.

Nosso laçador ainda tem vida.

Nosso hino tem mais amor.



Ao viajar por este país,

na terra do frevo amanhã vou estar.

Meu Brasil tem tanto ritmo

Onde se pula sem parar.



Minha terra tem lutadores

e baianas que gostam de dançar.

Ao viajar por este país,

na roda de capoeira amanhã vou entrar.

Minha terra tem suíngue

onde você aprende a sambar.



Não permita Deus que eu morra

sem todo o Brasil eu contornar,

sem que eu transmita a cultura

para todos esses “piá”,

sem qu’inda aviste as belezas

onde meus filhos vão morar.





Camila de Souza e Douglas Pasquali













sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia do professor

   Um sincero e carinhoso abraço a todos os professores!!!


  A origem do dia do professor

O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro, mas poucos sabem como e quando surgiu este costume no Brasil.

No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos deveriam ter suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.

Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao Professor.

Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.

O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.

A
celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".


Fonte: Site www.diadoprofessor.com.br



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A visita de Celso Sisto

Os alunos da Escola Don Matheus realizaram várias atividades baseadas nas obras de Celso Sisto. Estarei postando nós próximos dias algumas dessas atividades, depoimentos, fotos...

A partir da obra "Emburrado", do autor Celso Sisto, os alunos da 5ª série produziram seus próprios textos sobre coisas que os deixam emburrados. Veja o texto da aluna Liana Sinigaglia Angonese.

Coisas que me deixam emburrada

Brigar com a irmã,
se enrolar na lã,
encostar em uma rã,
ficar desajeitada,
medeixa emburrada.

Baterem em mim,
não achar um jasmim,
um bom filme chegar ao fim,
não ter uma fada,
me deixa emburrada.

Não achar chocolate,
ser obrigada a comer abacate,
não ter erva-mate,
levar uma picada,
me deixa emburrada.

Me acordar cedo,
ficar com muito medo,
descobrirem meu segredo,
não me dão nada,
me deixa emburrada.

Agora, veja os depoimentos de duas alunas sobre a visita do autor...

Ana Elisa Frata disse:  - Eu achei a visita do Celso Sisto muito legal. Ele escreve histórias muito boas. Eu gostei de todas as histórias que ele nos contou e de todas as que trabalhamos em aula. No dia em que nos visitou, ele falou sobre sua vida. Alguns colegas meus e eu apresentamos alguns poemas que estão em um dos livros dele que se chama "Emburrado". Eu gostei tanto da visita dele que gostaria que ele voltasse mais vezes.

Liana Sinigaglia Angonese disse:  - Eu admiro muito o Celso Sisto, pois suas obras são muito legais. E ele contando, as histórias  ficam mais emocionantes ainda. Gostei muito da visita dele à nossa escola, pois contou histórias, falou de suas obras, enfim foi muito engraçado.

E agora algumas fotos desse momento...


O autor e suas histórias...

Mais uma vez o Celso Sisto...


Manoela "virando marinheiro..."


Encantados...




  

































quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Anna Vera Boff

Durante a programação da 18ª Feira do livro de Veranópolis, esteve na escola Don Matheus Pasquali a escritora veranense Anna Vera Boff. Ela esteve conversando com os alunos de 7ª e 8ª séries sobre seus livros e sobre a importância da leitura. Além disso, fez sorteio de livros seus aos alunos.
Abaixo estou postando fotos desse momento e um texto que as alunas Patricia Marin e Vanessa Nodari escreveram a partir de um fragmento do conto "A escada", da autora.
Anna Vera Boff, os alunos da Escola Don Matheus Pasquali a parabenizam por seu trabalho e lhe deixam uma recordação, uma atividade de produção textual a partir de seu conto “A escada”. 
Não volto!
    “Vou, decidiu ela, Maria e Daniel não precisam mais de mim. Firmando-se na amiga, subiu com esforço, dois degraus. Os joelhos se vergaram, o corpo tombou com maciez.
   A filha correu de volta e chamava pela mãe, porém, calou ao perceber em seu rosto rara expressão de contentamento.”
   Aos prantos, chamou por Daniel, que chegou em instantes. Ao perceber que a mãe estava morta, angustiado, desabou a chorar junto com a irmã.
   No dia seguinte, uma multidão aglomerou-se ao redor da igreja, consolando a família e dizendo adeus a essa mulher maravilhosa.
   Passados vários anos, a família deixou aquela casa que lhe trazia várias lembranças e colocaram-na à venda.
   Uma família muito legal comprou a casa e foi morar ali. Já que a casa era grande, havia quartos para todos: para o casal e para os dois filhos. Todos estavam muito felizes.
   Mas para o descontentamento de todos, toda noite, ouvia-se um barulho muito estranho, de passos e batidas. As crianças ficavam com medo, mas os pais as tranquilizavam, e ninguém ia ver o que era aquele barulho.
   Até que uma noite, os pais estavam dormindo, e as crianças resolveram ir ver o que fazia tanto barulho. Ao descerem a escada, viram uma mulher bem velha tentando subi-la, mas quando chegava no segundo degrau, caía. A mulher viu as crianças e pediu ajuda, mas elas não podiam fazer nada, então foram chamar seus pais. Quando voltaram, não havia mais ninguém lá.
   Outra noite, os pais decidiram ir ver se aquilo que as crianças falavam era verdade. Chegando lá, viram uma mulher idosa tentando subir a escada, mas quando chegava no segundo degrau, caía. A mulher pediu ajuda, e explicou que quando estava para morrer, só subiu os dois primeiros degraus, e com a ajuda de sua amiga. Então, eles a ajudaram e quando ela chegou ao final da escada, desapareceu.
   Foi a última vez que viram aquela mulher.
                                                                                                                                                Patrícia Marin
                                                                              Vanessa Nodari
Alunas da 8ª série




                                                                             
Painel com fragmentos dos contos de Anna Vera.

Anna Vera com a aluna Patricia.
Anna Vera autografando seu livro.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Está quase tudo pronto para a chegada de Celso Sisto

Estamos aguardando ansiosos a visita de Celso Sito à nossa escola. Está quase tudo pronto!!!  Leiam o texto que segue, escrito por nosso ilustre visitante.


O QUE FAZ ALGUÉM GOSTAR DE LER?
Celso Sisto

O gosto é algo que se constrói. Normalmente a gente só quer repetir aquilo que gostou. Aquilo que provocou o prazer. Aquilo que encantou de algum modo. Portanto, o primeiro contato com o livro deve ser uma experiência positiva!
É bem possível que quem diz não gostar de ler tenha na sua história pessoal a imagem do livro como castigo! Ficar trancado com um livro na mão enquanto todo mundo está brincando não pode ser um bom exemplo! Ficar em silêncio e estar privado da companhia das pessoas de que se gosta, quando não se quer, apenas para não incomodar os outros, não deve ser uma boa lembrança. Ler para depois responder a perguntas que não vão fazer a menor diferença na vida de uma pessoa não é a melhor maneira de levar alguém ao livro!
E quando o livro faz parte da brincadeira, quando o livro é a própria brincadeira? Aí, a história é outra! O livro e a leitura podem fazer parte do jogo. Se um livro convida a uma participação ativa (mesmo que simuladamente), se dá asas para a imaginação, se alimenta a criatividade, se permite o “treino” da emoção, se potencializa a participação do leitor na obra, se provoca a troca de papéis, se permite transitar por caminhos imprevisíveis, ele vai possibilitar uma vivência marcante. Com certeza!
Um livro que fica provoca identificações: o leitor se vê, de algum modo, retratado na obra ou dialogando com ela. Mas existem outros elementos que fazem essa aproximação; a linguagem adequada ao leitor é provavelmente um dos mais importantes. A linguagem afasta ou aproxima. Uma linguagem inacessível torna um livro intransponível, uma pedreira, uma experiência insustentável.
A lista das importâncias não para aqui. Um bom livro tem progressão, “desenvolvimento autossustentável” e renovação permanente de interesse. Ninguém aguenta uma história que não sai do lugar!
Um leitor pode se interessar por um livro porque gosta do assunto de que o livro trata ou porque de algum modo descobriu que aquele autor é bom e escreve coisas legais, porque tem um jeito especial de “falar” com o leitor, de conduzir a história. Ou porque ouviu alguém falar bem do livro que acabou de ler.
Outras estratégias também funcionam. Falo em estratégia, exatamente porque conquistar leitores é saber usar a estratégia adequada para despertar o interesse de um potencial leitor. Ouvir histórias desde pequeno funciona como “motor” para o futuro leitor, tanto como frequentar bibliotecas, livrarias, debater, compartilhar, conversar com os outros sobre os bons livros lidos!
O leitor marcado é aquele leitor que descobriu que não pode viver sem a ficção. Sem uma dose diária que seja desse mundo outro que se constrói com palavras, para que esse outro mundo aqui fique mais verdadeiro, suportável ou faça mais sentido! Quem foi conquistado para a leitura também sente prazer em ler de tudo, porque cada tipo de texto pode ter sua hora e seu lugar! Então, vamos deixar as nossas crianças lerem de tudo! Jornal, revista, história em quadrinhos, livros bobinhos e livros desafiadores! Tudo é válido! Só assim os leitores irão se familiarizar com diversos registros textuais. E saberão escolher o que mais lhes agrada! Crônica, poesia, teatro, novela, romance, contos, livro informativo, o leitor precisa ter passado por tudo! Ter experimentado tudo!
Para, enfim, descobrir que o livro pode ser uma boa companhia, que ajuda a divertir, a passar o tempo, a se informar mais, a ter ideias, a ficar arrepiado e, além de tudo, pode ser carregado com facilidade para todo e qualquer lugar. Quer coisa melhor? Então, abandonemos a idéia de que livro pesa, de que o saber pesa! Pelo contrário, o saber - o saber de si, o saber agir, falar, pensar, se posicionar - é capaz de fazer alguém levitar! Que tal experimentar?

Fonte: Revista Rainha

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Celso Sisto

No próximo dia 5 de outubro, o autor Celso Sisto estará na Escola Don Matheus Pasquali, em Veranópolis, para conversar com os alunos e professoras. Estamos em ritmo acelerado para conhecer suas obras e deixar tudo organizado para essa tão aguardada visita. Hoje, vou postar  uma foto e um pouco sobre a vida desse autor, ilustrador, contador de histórias...
Já tive a oportunidade de conhecê-lo quando trabalhei em outra escola e reviver aquele momento me emociona e me enche de orgulho. Em breve, estarei postando trabalhos, fotos, enfim tudo o que está rolando na escola.


Celso Sisto nasceu em 1961, no Rio de Janeiro, mas atualmente reside numa praia chamada Cidreira, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Um lugar especial, onde ele está cercado de mar, plantas, bichos, livros e tintas. Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cursa atualmente o Doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), onde está desenvolvendo uma tese sobre os contos populares africanos na literatura infantil brasileira. Celso está envolvido de todas as formas possíveis com a arte, principalmente a literatura. Além de escritor é ilustrador, contador de histórias, ator e crítico de literatura infantil e juvenil. Na própria PUC-RS ele desenvolve um trabalho especial no CELIN (Centro de Referência para a Linguagem), junto com a professora Maria Tereza Amoedo. Celso tem viajado pelo Brasil e outros países, coordenando oficinas e cursos de narração oral, teatro e leitura, literatura, bem como fazendo conferências acerca destes temas, principalmente sobre a arte de narrar contos. Nos últimos cinco anos tem participado da Feira do Livro de Porto Alegre, nos espaços “O Autor no Palco”, “Vitrine da Leitura”, “Um dedo de prosa” e “Adote um Escritor”. O autor também assinou a coluna de crítica literária Entrelinhas, na revista virtual Doce de Letra, a coluna Palavra por palavra, no Jornal de Gramado, bem como uma série de artigos e ensaios sobre leitura, literatura e a arte de contar histórias, publicados em revistas, jornais e cadernos universitários, no Brasil e no exterior. Atualmente assina as colunas de crítica literária: ”Lugar na Prateleira” e “Leitores de futuro”, na Revista Rainha dos Apóstolos; ”Com a boca cheia de livros”, no Portal Cultura Infância e outra coluna sobre literatura infantil e juvenil no site Artistas Gaúchos. Recebeu os prêmios de autor revelação do ano de 1994, com o livro Ver-de-ver-meu-pai, Editora Nova Fronteira, e de Ilustrador Revelação do ano de 1999, com o livro Francisco Gabiroba Tabajara Tupã, da editora EDC, ambos concedidos pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Vários dos seus livros também receberam o selo Altamente Recomendável, desta mesma Fundação. Celso também é membro da AEILIJ.



Trabalho interdisciplinar

Hoje, estou publicando um texto que redigi há algum tempo atrás, mas que trata de um tema sempre atual.

Trabalho interdisciplinar e projetos

Projetos escolares são atividades desenvolvidas em conjunto por professores, alunos e muitas vezes pais, buscando formas mais diversificadas e participativas para se desenvolver conteúdos das mais variadas disciplinas. Eles têm por objetivo buscar o aprendizado e o saber de uma maneira mais dinâmica e atraente.
Muitas vezes, as grades curriculares acabam dificultando a realização de projetos interdisciplinares, mas o professor pode valorizar a criatividade de seus alunos, buscando, de forma interdisciplinar, temas que interessem à turma. Por isso, antes de elaborar qualquer projeto, é necessário pesquisar, discutir com o grupo de alunos e professores assuntos e atividades instigantes, capazes de promover conhecimento.
Existem diferentes projetos, mas todos eles devem buscar o conhecimento e o desenvolvimento de competências necessárias não só à sala de aula, mas principalmente aquelas que auxiliam o aluno em seu dia a dia, em sua vivência na comunidade. É necessário que as atividades levem o aluno a refletir sobre o meio em que vive e sobre sua participação enquanto cidadão, enquanto ser humano.
Muitas vezes, o que acontece nas escolas é que vários professores trabalham o mesmo assunto, mas de forma isolada. Por exemplo, a Copa do Mundo é um prato cheio para desenvolver pesquisas, apresentações, enfim várias atividades. No entanto, muitas vezes falta uma organização mais coesa das tarefas para que não se tornem repetitivas e excludentes de alguns tópicos importantes. Dessa forma, é importante que haja espaços e tempos disponíveis para que os professores possam dialogar, discutir e organizar o projeto.
Durante e após a realização do projeto é indispensável a avaliação das tarefas desenvolvidas, não só com o objetivo de dar nota, mas também como forma de perceber atividades e conteúdos que precisam ser revistos ou retomados. É através dessa avaliação que poderão surgir novos temas para outras atividades interdisciplinares.
Embora num primeiro momento isso pareça difícil e até impraticável, trabalhar com projetos é uma oportunidade de crescimento tanto para alunos, quanto para professores, pais, enfim toda a comunidade escolar. Quando há envolvimento de todos, há também comprometimento. Assim a escola deixa de ser um local onde se despejam conteúdos que são cobrados em provas. Ela passa a ser local de aprendizado efetivo.



Rosilei Maria Nardi Teixeira
Professora de Língua Portuguesa

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Semana Farroupilha

Em homenagem à Semana Farroupilha, um poema de Jayme Caetano Braun. Honremos nossas tradições gaúchas.


Negrinho do Pastoreio
Autoria: Jayme Caetano Braun
Quando de noite transito
No meu gauderiar andejo,
Me paleteia o desejo
De encontrar-te, duende amigo,
Pois sei que trazes contigo,
Negrinho esmirrado e feio,
O Rio Grande em pastoreio
No sinuelo do passado,
E que ali, no descampado
Que a luz da vela clareia,
O teu vulto esguio, bombeia,
Como Deus de rito estranho,
A gauchada de antanho
Que se perdeu na peleia!

Juntos iremos lembrar
Aquele maula estancieiro,
Que ao botar num formigueiro
O teu corpo de criança,
Cravou bem fundo uma lança
No próprio ser do rincão;
Trazer a recordação,
Aquela velha tropilha,
Que do topo da coxilha
Esparramou-se a lo léu,
Para juntar-se no céu
Contigo e Nossa Senhora,
E hoje cruza, noite a fora,
No meio dum fogaréu!

Hás de contar-me o que viste
Na tua ronda infinita,
Desde a povoação jesuíta
Ao reduto Guaiacurú,
Quando Sepé Tiaraju
Morrendo de lança em punho,
Dava um guasca testemunho
Da fibra continentina,
E quando, nesta campina,
O velho pendão farrapo
Cruzava altaneiro e guapo
Como uma benção divina!

Dizem que trazes por diante
Dos fletes que pastorejas,
Assombrações malfazejas
Das campanhas do JARAU,
Repontas o fogo mau,
Do andarengo BOITATÁ,
E vagando, ao Deus dará,
Nessa ronda de amargura,
Vives na eterna procura,
Pelas canchas e rodeios,
De prendas, trastes e arreios
Extraviados na planura!

Tu conheces os segredos
De ranchos e cemitérios
Onde paisanos gaudérios
Assinalaram passagem,
Revives cada paragem
Numa evocação singela,
Por entre tocos de vela
De humildes promessas pagas
Onde o S das adagas
Fazia o papel de cruz, -
E onde num raio de luz,
Brilhava sempre a velinha,
Invocando tu'a madrinha
A Santa Mãe de Jesus!

Presenciaste o velho drama
Do gaúcho em formação,
Quando este imenso rincão
Era um selvagem deserto,
Tudo céu e campo aberto
E onde Deus Nosso Senhor
Pós o guasca peleador,
De lança e de boleadeira
E mandou fazer fronteira
Onde quisesse, a lo largo,
Dando o pingo, o mate-amargo
E a china pra companheira!

Por tudo isso é que sofro
Quando altas horas despontas
Entre os fletes que repontas
Num barbaresco tropel,
Lembrando o dono cruel
Que num gesto asselvajado
Te fez cumprir este fado
De andar penando no ermo,
Esperando sempre o termo,
Que tarda tanto em chegar,
E onde haveremos de estar,
Enquadrilhados a grito
Diante do Deus infinito
Que vai por fim nos julgar!

E assim como tu, Negrinho,
Que um dia foste espancado
E por fim martirizado
Num formigueiro do pago,
O meu peito de índio vago
Também sofreu igual sorte,
E hoje vagueia, sem norte,
Sem fugir, por mais que ande,
Deste formigueiro grande
Onde costumes malditos
Tentam matar aos pouquitos
As tradições do RIO GRANDE!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Memórias

Hoje, estou postando o texto da Talita Benedetti Balestrin, aluna da 7ª série, que nos dá um exemplo de persistência.


A primeira pedalada

Nada na vida acontece por acaso e, com este episódio da minha, não podia ser diferente. Tudo começou em meu aniversário de cinco anos, quando ganhei de meu avô minha primeira bicicleta de rodinhas. Ela era do meu tamanho, ou seja, pequenininha (na época), era vermelha com detalhes em branco e preto.
Andei nela com rodinhas até meus seis anos e quando caía sempre tinha alguém por perto para me erguer. Até o dia em que cansei das rodinhas, pois só podia andar em cima da calçada, em frente a minha casa. Resolvi que de qualquer jeito eu tinha que aprender a andar sem as “benditas” rodinhas. Essa ideia foi se tornando fixa em minha cabeça, ainda mais quando via meu vizinho mais novo que eu andando sem rodinhas na rua.
Nos dias de folga de meu pai, ele permanecia em casa conosco. Foi então que minha ideia tornou-se realidade. Às vezes minha mãe, às vezes meu pai e até minha amiga Marina me ajudavam. Eu não queria saber se era calor, se eles estavam cansados ou não de me segurar. Eu queria era aprender o mais rápido possível.
Depois de várias tentativas, eu pensei em desistir, mas minha mãe nunca permitia. Durante essas tentativas, foram muitos curativos e várias choradeiras, mas o grande dia chegou e teve até almoço especial preparado por minha avó. A sobremesa foi um tombo enorme regado a barro e choro.
Desse dia em diante, nunca mais parei de pedalar e cair. O que mudou foi a bicicleta, agora presente de meu dindo, e meu tamanho, que aumentou muito.

domingo, 29 de agosto de 2010

Memórias

A Paula Sinigaglia Angonese, da 7ª série, adora ler. Vejam o exemplo...


Momentos inesquecíveis

Quando eu tinha seis anos, minha mãe fazia um curso nas sextas à noite e sábados. Ficava com meu pai ou com minha babá, mas sentia falta dela.
Em um final de sábado, mamãe chegou em casa com um presente: era um livro de história: “A casa sonolenta”. Como eu não sabia ler, minha mãe me levou à sala e contou a história para mim. Falava sobre uma casa em que todos dormiam, mas uma pulga foi acordando todo mundo.
No começo, quando todos dormiam, o livro era todo cinza, mas, conforme as pessoas iam acordando, tudo ganhava mais vida. No final, todos comemoravam com muita alegria.
Nós nos divertíamos vendo as imagens e tentando procurar a pulga no meio da confusão.
Depois dos cursos, quase sempre minha mãe lia livros para mim, assim passávamos mais tempo juntas e eu sentia menos falta dela, enquanto não estava em casa. Mesmo quando o curso terminou, minha mãe continuou lendo histórias para mim e para minha irmã.
Um tempo depois, comecei ir à escola e aprendi a ler e a escrever. Li o livro “A casa sonolenta” várias vezes, mas não tinha a mesma sensação de quando minha mãe contava, pois aqueles dias tinham sido inesquecíveis.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

MEMÓRIAS

A partir de hoje, passo a postar algumas memórias produzidas, a partir do texto "MEU PROFESSOR INESQUECÍVEL" e das sugestões da Olimpídada de Língua Portuguesa/2010, pelos alunos e alunas da 7ª e 8ª séries da Escola Don Matheus Pasquali. Você vai se emocionar!
E lá vai o texto da Michele Cristina Dorneles, da 8ª série...


Lembranças...

Pequeninha, mas com sonhos de uma grande menina que ela, mamãe, me ajudou a sonhar. Contava histórias de fadas e princesas nas quais eu viajava e me encontrava com os personagens principais. Mamãe dizia que era sua princesinha. Os momentos com ela eram curtos, pois ela tinha que ir trabalhar.
Aquela mamadeira bem quentinha, cama bem arrumadinha, que saudades! Mamãe me ajeitava e contava lindas histórias, mas eu quase sempre dormia na melhor parte delas. Mamãe já tinha que ir trabalhar. Ao acordar, procurava mamãe, mas poucas vezes a achava. Vovó dizia que ela já iria voltar, que estava guardando dinheiro para uma boneca me comprar.
Antes de trabalhar, aquele beijo suave e quentinho me dava e logo me dizia sempre a mesma coisa: “Mamãe vai trabalhar, mas já volta”. Logo mamãe me colocou na escolinha. Todos os dias ela me levava lá, onde eu passava a tarde com meus amiguinhos e, logo após, ela saía para trabalhar. Como eu era a menor, a hora do sono eu havia de ter com minha mamadeira e minha cobertinha. De tardezinha, mamãe ia me buscar.
Morava com vovó, mas papai e mamãe resolveram se mudar. Perto da escola vim morar. Para mim, aquela casa era enorme, mas seu pátio era pequeno e não havia com quem brincar, pois não tinha muitos amigos por aí. Mamãe era minha única amiga até que não começasse a frequentar a escola, porque poucos me conheciam.
Sempre ouvia mamãe dizer que eu tinha que estudar, para no futuro um bom emprego conseguir. Não gostava de estudar, preferia brincar, mas nunca deixei de aprender, pois sabia que seria muito importante para mim. Hoje, já adolescente, de manhã comecei a estudar. Sempre, sempre a mesma coisa: ”Vamos, está na hora de acordar”, “Já estudou para a prova?”. Eu sempre fico braba, mas no fundo adoro ser paparicada por ela.
Mamãe adora quando chego em casa toda contente, com a prova na mão,com a nota alta. É a alegria dela. E todas as noites, um beijo antes de dormir ela há de vir me dar.
Mamãe, uma eterna amiga para bons e maus momentos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Para trabalhar o Modo Subjuntivo

Folhando o livro "Português: a arte da palavra", de Gabriela Rodella, Flávio Nigro e João Campos, encontrei este material. É uma boa opção para se trabalhar os verbos no modo subjuntivo.

– Leia a letra da canção a seguir, de Frejat.
Amor pra recomeçar
Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom
Mas que rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos pra você não deixar de duvidar
(...)
Eu desejo que você ganhe dinheiro pois é preciso viver também
E que você diga a ele pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem

a) Copie os verbos que estão no modo subjuntivo e identifique seu tempo verbal.
b) Justifique, a partir do sentido da canção, o uso desses tempos verbais e do modo subjuntivo.
c) Tomando a canção como exemplo, escreva um pequeno texto em que você fale para seu melhor amigo o que você deseja para ele.
d) Nessa canção, o autor misturou duas pessoas do discurso: a segunda do singular (tu) e a terceira do singular (pronome de tratamento você). Em algumas regiões do Brasil, usa-se com frequência a segunda pessoa do singular, sem misturá-lo com o pronome “você”. Nesse caso, como ficaria a letra da canção? Substitua os pronomes e faça a concordância verbal.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Para refletirmos...

Ler e escrever...


Ler e escrever são palavras familiares ao nosso cotidiano de sala de aula, são palavras essenciais, significativas no contexto escolar e, por isso, são também duas palavras que nos desafiam muito enquanto educadores, uma vez que não é tarefa fácil determinar com precisão “como e quando” os alunos as aprendem.
Sabemos que um dos grandes desafios enfrentados pela escola quanto ao ler e ao escrever é o de que todos os seus alunos cheguem a ser leitores e escritores, conseguindo estabelecer relações entre textos, entre autores e principalmente entre o texto e o contexto. Então surge a pergunta: como realizar essa tarefa?
Sem dúvida, a primeira atitude é tornar o ato de ler e escrever uma maneira de os alunos expressarem suas ideias e emoções, ou seja, tornar a leitura e a produção de texto significativas. E isso só ocorre se a escola oferecer oportunidades envolventes, capazes de despertar o interesse dos aprendizes pela leitura e pela escrita. Vejamos uma situação. Qual é o aluno que realiza com maior envolvimento uma produção textual, seja em qual for a disciplina? Aquele que a escreve com o objetivo de entregá-la ao professor para que este assinale os erros ortográficos ou o aluno que a escreve para em seguida ler e discutir as ideias com seus colegas, publicar no jornal da escola, participar de um concurso de textos, fazer uma exposição na escola ou em outros ambientes?
Aos que não sabem a resposta, sugiro fazer um teste, colocando em prática as duas propostas com a mesma turma de alunos. Não há dúvidas de que a segunda, se realizada com seriedade para que não se transforme em disputa, trará resultados muito superiores a primeira, uma vez que os alunos estarão em busca do conhecimento, extrapolando o ambiente da escola. E só dessa forma aparecerá o interesse: elemento fundamental no aprendizado da leitura e da escrita.
Embora ensinar a ler e a escrever seja uma tarefa complexa, é possível e necessário que a escola a torne real, mas é preciso que seja realizada de maneira dinâmica e prazerosa desde os primeiros anos de vida da criança, seja em casa ou na escola, seja na Educação Infantil, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio. Caso contrário, as pessoas estarão cada vez mais sujeitas a não participarem desse fantástico mundo do ler e do escrever.





Rosilei Maria Nardi Teixeira
Professora de Língua Portuguesa e Literatura

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nesta semana tão especial, vale a pena refletir sobre este texto da pedagoga Suzy Costa.

Ser Pai é ser “presente”
A sociedade atual tem passado por grandes transformações em todos os campos trazendo mudanças ao comportamento das pessoas sem que estas estivessem preparadas para tal. Tais mudanças afetaram consequentemente também a forma de se educar os filhos. A função de educara os filhos durante muito tempo foi delegada às mulheres. Com a mulher no mercado de trabalho, como ficam as questões e as responsabilidades da criação dos filhos?
Mesmo com tantas transformações, a criação de filhos continua sendo uma tarefa atribuída culturalmente às mulheres, excluindo o pai, mesmo quando são apontadas vantagens para as crianças e para os homens nesta participação mais intensa na criação de filhos. Esta exclusão gera conflitos, dificultando uma maior participação de muitos pais nas vidas de seus filhos. É bem verdade também que muitos pais estão procurando os eu lugar nesta nova forma de educar e hoje em dia é mais comum vermos pais e filhos brincando, passeando e se divertindo juntos. Mas seria mesmo a presença do pai tão importante para o bom desenvolvimento de uma criança?
Uma série de estudos nos revela que se o papel da mãe é o de acolher o filho investindo muito afeto nesta relação e mostrando que ele tem um lugar em seu desejo, cabe ao pai servir como ponte para apresentação e aceitação da realidade à criança. Para Marta Dalla Torre e Valéria Codato Antonio Silva, por mais que a relação de total dependência do filho com a sua mãe seja uma necessidade vital nos primeiros dias de sua vida, é necessário também que a criança possa buscar a sua própria identidade e isto só é possível quando a mãe volta o seu interesse para além de seu bebê. Isso acontece quando a mãe volta a exercer a sua função de mulher, inserindo um terceiro elemento na relação dual entre mãe e filho – o pai. Por isso é imprescindível que a mãe e o pai abdiquem de seu lugar de mulher e homem, pois só assim a transmissão da lei será possível ao filho. É o pai, apresentado simbolicamente pela mãe que assim o faz ao incluí-lo no relacionamento com o filho, que possibilita à criança a ingressar no mundo da linguagem, do simbólico e da cultura.
Sendo assim, a figura do pai ou de uma figura paterna é muito importante para o bom desenvolvimento da criança. Tanto é que na ausência do pai biológico cabe á mãe administrar a ausência do pai, de forma a não prejudicar sua imagem, tão importante para a formação do caráter da criança. Faz-se isso tomando duas importantes atitudes. Primeiro, evitando transferir aos filhos problemas que são dos pais, evitando brigas na frente da criança, evitando ficar falando mal do companheiro para a criança e evitando usar a criança para se vingar do companheiro. Segundo, conforme Denise Mendonça de Melo, Proporcionando à criança a presença de uma figura masculina: um avô, um tio ou mesmo um amigo confiável, mesmo que o contato seja esporádico. O importante é que haja envolvimento afetivo, atenção, carinho e amor.
É importante ter claro também que todos – homens e mulheres – precisamos de modelos masculinos para crescer emocionalmente equilibrados e que as ligações de emoção e afeto entre pai e filho(a) não são resultados das ligações biológicas e sim que são formadas nas relações de afeto e cuidado no dia-a-dia. Por isso, sempre que possível, o pai deve estar presente na vida de seus filhos, acompanhando a gestação, participando de atividades cotidianas logo após o nascimento do bebê, fortalecendo assim uma ligação que quer queiramos ou não é para sempre.
Se quisermos dar um sentido e resgatar a importância da figura paterna, precisamos dar uma nova visibilidade à importância e ao significado da família. Precisamos repensar como vão os relacionamentos, o diálogo, o investimento de tempo, o carinho, enfim os laços de afeto. Afinal, como nos diz o professor Carlos Ronei de Almeida, presidente da Escola de Pais de Santo Ângelo – RS, “a tarefa, difícil sim, mas maravilhosa, de educar é de inteira responsabilidade de pai e mãe, em igualdade de condições e em comum acordo, pois só eles têm condições de dar amor, impor limites, estabelecer planos e metas do que pretendem para que os filhos alcancem o que todo ser humano, em seu íntimo, mais deseja, mesmo sem saber, que é ser feliz”.
E para o papai vale lembrar ainda o que Roberto Shinyashiki, renomado psiquiatra e autor de dez livros diz. Para ele, as maiores fraquezas dos homens em seus relacionamentos se manifestam na omissão e na ausência. O homem que procura evoluir enquanto pessoa procura aprender a ver a beleza do cotidiano e da intimidade, bem como a grandeza das pequenas coisas, renovando os seus relacionamentos com as pessoas que ama. A ausência do pai gera nos filhos um sentimento de medo de se envolver em relacionamentos saudáveis. É fato que muitas pessoas não evoluem no amor porque se ressentem da falta do amor paterno. Para ser mais feliz, é necessário que o homem-pai perceba que também tem direito à sensibilidade e ao afeto, a medos e a alegrias. E quando ele aprender a valorizar isso na sua própria vida, conseguirá valorizar isso na vida das pessoas que ama, inclusive na dos filhos sendo não só presença, mas um presente de afeto.

Fique por dentro! Quando o pai não é presente:
☻Meninas têm 2,5 vezes mais propensão a engravidarem na adolescência e 53% mais chances de cometerem suicídio.
☻Meninos têm 63% mais chances de fugirem de casa e 37% mais chances de utilizarem drogas.
☻Meninos e meninas têm duas vezes mais chances de acabarem na cadeia e aproximadamente quatro vezes mais chances de necessitarem de cuidados profissionais para problemas emocionai ou de comportamento. Fonte Departamento de Serviços Humanos e Social dos EUA

A autora do texto é Suzy Costa, pedagoga, especialista em interdisciplinaridade na educação básica. Professora universitária, participa do projeto Encantando a Infância da OMEP/BR/MT/CBA – Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar – em parceria com o UNICEF e o Fundo do Canadá.