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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Está quase tudo pronto para a chegada de Celso Sisto

Estamos aguardando ansiosos a visita de Celso Sito à nossa escola. Está quase tudo pronto!!!  Leiam o texto que segue, escrito por nosso ilustre visitante.


O QUE FAZ ALGUÉM GOSTAR DE LER?
Celso Sisto

O gosto é algo que se constrói. Normalmente a gente só quer repetir aquilo que gostou. Aquilo que provocou o prazer. Aquilo que encantou de algum modo. Portanto, o primeiro contato com o livro deve ser uma experiência positiva!
É bem possível que quem diz não gostar de ler tenha na sua história pessoal a imagem do livro como castigo! Ficar trancado com um livro na mão enquanto todo mundo está brincando não pode ser um bom exemplo! Ficar em silêncio e estar privado da companhia das pessoas de que se gosta, quando não se quer, apenas para não incomodar os outros, não deve ser uma boa lembrança. Ler para depois responder a perguntas que não vão fazer a menor diferença na vida de uma pessoa não é a melhor maneira de levar alguém ao livro!
E quando o livro faz parte da brincadeira, quando o livro é a própria brincadeira? Aí, a história é outra! O livro e a leitura podem fazer parte do jogo. Se um livro convida a uma participação ativa (mesmo que simuladamente), se dá asas para a imaginação, se alimenta a criatividade, se permite o “treino” da emoção, se potencializa a participação do leitor na obra, se provoca a troca de papéis, se permite transitar por caminhos imprevisíveis, ele vai possibilitar uma vivência marcante. Com certeza!
Um livro que fica provoca identificações: o leitor se vê, de algum modo, retratado na obra ou dialogando com ela. Mas existem outros elementos que fazem essa aproximação; a linguagem adequada ao leitor é provavelmente um dos mais importantes. A linguagem afasta ou aproxima. Uma linguagem inacessível torna um livro intransponível, uma pedreira, uma experiência insustentável.
A lista das importâncias não para aqui. Um bom livro tem progressão, “desenvolvimento autossustentável” e renovação permanente de interesse. Ninguém aguenta uma história que não sai do lugar!
Um leitor pode se interessar por um livro porque gosta do assunto de que o livro trata ou porque de algum modo descobriu que aquele autor é bom e escreve coisas legais, porque tem um jeito especial de “falar” com o leitor, de conduzir a história. Ou porque ouviu alguém falar bem do livro que acabou de ler.
Outras estratégias também funcionam. Falo em estratégia, exatamente porque conquistar leitores é saber usar a estratégia adequada para despertar o interesse de um potencial leitor. Ouvir histórias desde pequeno funciona como “motor” para o futuro leitor, tanto como frequentar bibliotecas, livrarias, debater, compartilhar, conversar com os outros sobre os bons livros lidos!
O leitor marcado é aquele leitor que descobriu que não pode viver sem a ficção. Sem uma dose diária que seja desse mundo outro que se constrói com palavras, para que esse outro mundo aqui fique mais verdadeiro, suportável ou faça mais sentido! Quem foi conquistado para a leitura também sente prazer em ler de tudo, porque cada tipo de texto pode ter sua hora e seu lugar! Então, vamos deixar as nossas crianças lerem de tudo! Jornal, revista, história em quadrinhos, livros bobinhos e livros desafiadores! Tudo é válido! Só assim os leitores irão se familiarizar com diversos registros textuais. E saberão escolher o que mais lhes agrada! Crônica, poesia, teatro, novela, romance, contos, livro informativo, o leitor precisa ter passado por tudo! Ter experimentado tudo!
Para, enfim, descobrir que o livro pode ser uma boa companhia, que ajuda a divertir, a passar o tempo, a se informar mais, a ter ideias, a ficar arrepiado e, além de tudo, pode ser carregado com facilidade para todo e qualquer lugar. Quer coisa melhor? Então, abandonemos a idéia de que livro pesa, de que o saber pesa! Pelo contrário, o saber - o saber de si, o saber agir, falar, pensar, se posicionar - é capaz de fazer alguém levitar! Que tal experimentar?

Fonte: Revista Rainha

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Celso Sisto

No próximo dia 5 de outubro, o autor Celso Sisto estará na Escola Don Matheus Pasquali, em Veranópolis, para conversar com os alunos e professoras. Estamos em ritmo acelerado para conhecer suas obras e deixar tudo organizado para essa tão aguardada visita. Hoje, vou postar  uma foto e um pouco sobre a vida desse autor, ilustrador, contador de histórias...
Já tive a oportunidade de conhecê-lo quando trabalhei em outra escola e reviver aquele momento me emociona e me enche de orgulho. Em breve, estarei postando trabalhos, fotos, enfim tudo o que está rolando na escola.


Celso Sisto nasceu em 1961, no Rio de Janeiro, mas atualmente reside numa praia chamada Cidreira, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Um lugar especial, onde ele está cercado de mar, plantas, bichos, livros e tintas. Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cursa atualmente o Doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), onde está desenvolvendo uma tese sobre os contos populares africanos na literatura infantil brasileira. Celso está envolvido de todas as formas possíveis com a arte, principalmente a literatura. Além de escritor é ilustrador, contador de histórias, ator e crítico de literatura infantil e juvenil. Na própria PUC-RS ele desenvolve um trabalho especial no CELIN (Centro de Referência para a Linguagem), junto com a professora Maria Tereza Amoedo. Celso tem viajado pelo Brasil e outros países, coordenando oficinas e cursos de narração oral, teatro e leitura, literatura, bem como fazendo conferências acerca destes temas, principalmente sobre a arte de narrar contos. Nos últimos cinco anos tem participado da Feira do Livro de Porto Alegre, nos espaços “O Autor no Palco”, “Vitrine da Leitura”, “Um dedo de prosa” e “Adote um Escritor”. O autor também assinou a coluna de crítica literária Entrelinhas, na revista virtual Doce de Letra, a coluna Palavra por palavra, no Jornal de Gramado, bem como uma série de artigos e ensaios sobre leitura, literatura e a arte de contar histórias, publicados em revistas, jornais e cadernos universitários, no Brasil e no exterior. Atualmente assina as colunas de crítica literária: ”Lugar na Prateleira” e “Leitores de futuro”, na Revista Rainha dos Apóstolos; ”Com a boca cheia de livros”, no Portal Cultura Infância e outra coluna sobre literatura infantil e juvenil no site Artistas Gaúchos. Recebeu os prêmios de autor revelação do ano de 1994, com o livro Ver-de-ver-meu-pai, Editora Nova Fronteira, e de Ilustrador Revelação do ano de 1999, com o livro Francisco Gabiroba Tabajara Tupã, da editora EDC, ambos concedidos pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Vários dos seus livros também receberam o selo Altamente Recomendável, desta mesma Fundação. Celso também é membro da AEILIJ.



Trabalho interdisciplinar

Hoje, estou publicando um texto que redigi há algum tempo atrás, mas que trata de um tema sempre atual.

Trabalho interdisciplinar e projetos

Projetos escolares são atividades desenvolvidas em conjunto por professores, alunos e muitas vezes pais, buscando formas mais diversificadas e participativas para se desenvolver conteúdos das mais variadas disciplinas. Eles têm por objetivo buscar o aprendizado e o saber de uma maneira mais dinâmica e atraente.
Muitas vezes, as grades curriculares acabam dificultando a realização de projetos interdisciplinares, mas o professor pode valorizar a criatividade de seus alunos, buscando, de forma interdisciplinar, temas que interessem à turma. Por isso, antes de elaborar qualquer projeto, é necessário pesquisar, discutir com o grupo de alunos e professores assuntos e atividades instigantes, capazes de promover conhecimento.
Existem diferentes projetos, mas todos eles devem buscar o conhecimento e o desenvolvimento de competências necessárias não só à sala de aula, mas principalmente aquelas que auxiliam o aluno em seu dia a dia, em sua vivência na comunidade. É necessário que as atividades levem o aluno a refletir sobre o meio em que vive e sobre sua participação enquanto cidadão, enquanto ser humano.
Muitas vezes, o que acontece nas escolas é que vários professores trabalham o mesmo assunto, mas de forma isolada. Por exemplo, a Copa do Mundo é um prato cheio para desenvolver pesquisas, apresentações, enfim várias atividades. No entanto, muitas vezes falta uma organização mais coesa das tarefas para que não se tornem repetitivas e excludentes de alguns tópicos importantes. Dessa forma, é importante que haja espaços e tempos disponíveis para que os professores possam dialogar, discutir e organizar o projeto.
Durante e após a realização do projeto é indispensável a avaliação das tarefas desenvolvidas, não só com o objetivo de dar nota, mas também como forma de perceber atividades e conteúdos que precisam ser revistos ou retomados. É através dessa avaliação que poderão surgir novos temas para outras atividades interdisciplinares.
Embora num primeiro momento isso pareça difícil e até impraticável, trabalhar com projetos é uma oportunidade de crescimento tanto para alunos, quanto para professores, pais, enfim toda a comunidade escolar. Quando há envolvimento de todos, há também comprometimento. Assim a escola deixa de ser um local onde se despejam conteúdos que são cobrados em provas. Ela passa a ser local de aprendizado efetivo.



Rosilei Maria Nardi Teixeira
Professora de Língua Portuguesa

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Semana Farroupilha

Em homenagem à Semana Farroupilha, um poema de Jayme Caetano Braun. Honremos nossas tradições gaúchas.


Negrinho do Pastoreio
Autoria: Jayme Caetano Braun
Quando de noite transito
No meu gauderiar andejo,
Me paleteia o desejo
De encontrar-te, duende amigo,
Pois sei que trazes contigo,
Negrinho esmirrado e feio,
O Rio Grande em pastoreio
No sinuelo do passado,
E que ali, no descampado
Que a luz da vela clareia,
O teu vulto esguio, bombeia,
Como Deus de rito estranho,
A gauchada de antanho
Que se perdeu na peleia!

Juntos iremos lembrar
Aquele maula estancieiro,
Que ao botar num formigueiro
O teu corpo de criança,
Cravou bem fundo uma lança
No próprio ser do rincão;
Trazer a recordação,
Aquela velha tropilha,
Que do topo da coxilha
Esparramou-se a lo léu,
Para juntar-se no céu
Contigo e Nossa Senhora,
E hoje cruza, noite a fora,
No meio dum fogaréu!

Hás de contar-me o que viste
Na tua ronda infinita,
Desde a povoação jesuíta
Ao reduto Guaiacurú,
Quando Sepé Tiaraju
Morrendo de lança em punho,
Dava um guasca testemunho
Da fibra continentina,
E quando, nesta campina,
O velho pendão farrapo
Cruzava altaneiro e guapo
Como uma benção divina!

Dizem que trazes por diante
Dos fletes que pastorejas,
Assombrações malfazejas
Das campanhas do JARAU,
Repontas o fogo mau,
Do andarengo BOITATÁ,
E vagando, ao Deus dará,
Nessa ronda de amargura,
Vives na eterna procura,
Pelas canchas e rodeios,
De prendas, trastes e arreios
Extraviados na planura!

Tu conheces os segredos
De ranchos e cemitérios
Onde paisanos gaudérios
Assinalaram passagem,
Revives cada paragem
Numa evocação singela,
Por entre tocos de vela
De humildes promessas pagas
Onde o S das adagas
Fazia o papel de cruz, -
E onde num raio de luz,
Brilhava sempre a velinha,
Invocando tu'a madrinha
A Santa Mãe de Jesus!

Presenciaste o velho drama
Do gaúcho em formação,
Quando este imenso rincão
Era um selvagem deserto,
Tudo céu e campo aberto
E onde Deus Nosso Senhor
Pós o guasca peleador,
De lança e de boleadeira
E mandou fazer fronteira
Onde quisesse, a lo largo,
Dando o pingo, o mate-amargo
E a china pra companheira!

Por tudo isso é que sofro
Quando altas horas despontas
Entre os fletes que repontas
Num barbaresco tropel,
Lembrando o dono cruel
Que num gesto asselvajado
Te fez cumprir este fado
De andar penando no ermo,
Esperando sempre o termo,
Que tarda tanto em chegar,
E onde haveremos de estar,
Enquadrilhados a grito
Diante do Deus infinito
Que vai por fim nos julgar!

E assim como tu, Negrinho,
Que um dia foste espancado
E por fim martirizado
Num formigueiro do pago,
O meu peito de índio vago
Também sofreu igual sorte,
E hoje vagueia, sem norte,
Sem fugir, por mais que ande,
Deste formigueiro grande
Onde costumes malditos
Tentam matar aos pouquitos
As tradições do RIO GRANDE!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Memórias

Hoje, estou postando o texto da Talita Benedetti Balestrin, aluna da 7ª série, que nos dá um exemplo de persistência.


A primeira pedalada

Nada na vida acontece por acaso e, com este episódio da minha, não podia ser diferente. Tudo começou em meu aniversário de cinco anos, quando ganhei de meu avô minha primeira bicicleta de rodinhas. Ela era do meu tamanho, ou seja, pequenininha (na época), era vermelha com detalhes em branco e preto.
Andei nela com rodinhas até meus seis anos e quando caía sempre tinha alguém por perto para me erguer. Até o dia em que cansei das rodinhas, pois só podia andar em cima da calçada, em frente a minha casa. Resolvi que de qualquer jeito eu tinha que aprender a andar sem as “benditas” rodinhas. Essa ideia foi se tornando fixa em minha cabeça, ainda mais quando via meu vizinho mais novo que eu andando sem rodinhas na rua.
Nos dias de folga de meu pai, ele permanecia em casa conosco. Foi então que minha ideia tornou-se realidade. Às vezes minha mãe, às vezes meu pai e até minha amiga Marina me ajudavam. Eu não queria saber se era calor, se eles estavam cansados ou não de me segurar. Eu queria era aprender o mais rápido possível.
Depois de várias tentativas, eu pensei em desistir, mas minha mãe nunca permitia. Durante essas tentativas, foram muitos curativos e várias choradeiras, mas o grande dia chegou e teve até almoço especial preparado por minha avó. A sobremesa foi um tombo enorme regado a barro e choro.
Desse dia em diante, nunca mais parei de pedalar e cair. O que mudou foi a bicicleta, agora presente de meu dindo, e meu tamanho, que aumentou muito.